Equipamentos pra Expedição Serra da canastra Brou aventura 2017
Eita trem dificil, soh!!! Não podíamos esperar outra coisa da Expedição Serra da Canastra Brou Aventura. O Racebook e briefing on-line via Facebook pré-prova foram ótimos pra adiantar a logística de alimentação e equipamentos pra prova. No entanto, no mapa, apesar de atualizado e claro, sentimos falta de nomes de bairros, pontos de referência (igreja, mirantes, etc.). Pra alguns atletas isso foi um diferencial!!! Houve situações na qual rolava algumas dúvidas como no PC8, a igreja estava do outro lado da via, PC12 do trekking difícil de encontrar, pois estava em outro ponto no mapa, segundo ouvi de algumas equipes e diretamente do Lucão da Lobo Guará (2º Quarteto).
Equipe Teiú na primeira parte de trekking. Foto: @wtogumi
A temperatura estava muito alta, um sol pra cada equipe. Por sorte é uma região muito rica em rios, afluentes, cachoeiras, então era possível se resfriar de tempos em tempos, além de reabastecer a mochila de hidratação e garrafas.
A largada não foi tão intensa, todos se pouparam, fomos os segundos a chegar à canoagem (trekking de 15km pra 1h30). A canoagem foi mais rápida do que imaginado pra todos os atletas. Para nós foram cerca de 22km em 2h30min. Foram apenas 4km de trekking rápido após a canoagem até o AT3 onde pegamos a bike.
subida casca grossa do trecho de bike
Saímos para bike, logo cruzamos os ponteiros, mas passamos lotado pelo PCV1 e tivemos que voltar pra tirar a foto deste PC. Seguimos e pedalamos firme até um trecho com uma trifurcação complicada para todas as equipes, o que nos custou ao menos 1h pra sair dali pelo caminho correto! Já na rota certa, passamos pela equipe Saci Aksa que estava com uma das bikes com câmbio quebrado (na área de transição eles conseguiram uma bike emprestada e se mantiveram na prova após o ocorrido) subimos a serra e descemos pro AT4/5 pro trekking.
Thiago Martins, atleta Teiú, realizando a transição na AT4/5
Deixamos as MTBs no AT e conseguimos desenvolver bem no início desse trekking, acertando a navegação pro PC2 e PC3. Porém, batemos muito cabeça no PCFoto 4, pois haviam algumas cachoeiras (inclusive com placas turísticas de sinalização na trilha), porém o nome da cachoeira dado pela organização não era o mesmo das sinalizações das trilhas! Isso nos custou mais 40 minutos de atraso até sacarmos. Felizmente essa busca e atraso me ajudou a cuidar da minha primeira baixa de energia, pois com o ritmo mais baixo consegui comer e poupar um pouco de energia. Em seguida, juntos com a equipe Lobo Guará, fomos firmes pro PC5 (onde algumas equipes tiveram dificuldade pra achá-lo). O PC5 era praticamente um portão para travessia do Cânion e percebemos que chegamos no final de um tumulto de equipes nessa travessia (pelo fato de ser o local mais seguro, se não o único, pra atravessá-lo). A travessia foi rápida, nos recolocamos na disputa, pois todos estavam embolados novamente. Encontramos o PC6 com todas as equipes muito próximas e fomos de volta pro AT4/5 pelo estradão. Desse segundo pelotão de atletas chegamos em primeiro no AT. (No primeiro pelotão estavam os ponteiros, duas duplas masculina e um solo).
Equipes emboladas depois do Cânion. Tudo poderia acontecer!
Novamente no AT4/5 nos preparamos com calma pro trecho mais longo de MTB da prova, hidratamos, pegamos o mapa 3, mas negligenciei a alimentação nesse momento preocupado com a orientação do novo mapa (o preço viria logo à frente).
Eu, Leandro Fredericcci, plotando o mapa 3, antes do trecho mais cabuloso de bike
Como fizemos a transição com calma, algumas equipes já haviam saído. Conseguimos passar a Tubaina, Competition Aroeira e o solo Fabio Ceravalo antes do PCFoto7. No single track desse trecho tive que parar pra fazer minhas necessidades e estava começando a ficar sem energia novamente. O Thiago, meu parceiro de equipe, já havia aberto uma pequena distância e eu segui com as demais equipes que chegaram quase atrapalhando meu momento no “banheiro”. Batemos no PCV7 e voltamos todos pelo single pra estrada. Não consegui impor o ritmo das outras equipes, e acabamos indo lentos pro PC8. Achamos o PC8, mas ele estava do outro lado da pista, se não fosse um PC foto, certamente ficaríamos perdidos procurando uma igreja do lado certo!
estradão de terra, pedras e obstáculos com visual incrível da Serra da Canastra
Na sequência subimos novamente pro platô da serra, e nesse momento o solo Anderson Abrantes se juntou a nós onde rodamos junto a alguns motoqueiros off-road lá em cima e descemos pro PC9 por um lajeado de pedras extremamente técnico com alto risco de rasgar os pneus da bike. Pra minha salvação, a poucos quilômetros do PC9 havia um bar no qual pude saborear comida salgada (tomate, cebola e bolinhos de mandioca fritos). Antes disso estava mal, calado e sem conseguir comer doces (gel, torrone, etc). Depois de comer e tomar uma Coca-cola recuperei as forças, mas não havia nada salgado pra comprar e eu só tinha uns dois géis e um chocolate que já estava praticamente impossível de comer.
já exaustos, navegando no penúltimo trecho já na segunda noite em claro
Nosso próximo destino era o AT6 na qual teríamos um trekking insano e o último trecho de MTB pra finalizar. Pelo fato de estarmos de noite nesse trecho, optamos por um caminho com mais estradão pra evitar o puxe-bike comentado pelo Zé Elias, organizador da Expedição Serra da Canastra Brou Aventura, no briefing.
Quando chegamos no possível ponto de travessia do rio pra subir pra o AT6, não conseguimos ver se era possível fazer o que desejávamos e decidimos voltar tudo e fazer o tal do puxe-bike até o AT. No retorno encontramos uma dupla mista e mais a frente mais um solo, o Thierry (aparentemente o mais lúcido de todos) que convenceu a todos que o caminho mais assertivo, seria voltar pra cidade de São João Batista do Glória, subir para o PCV1 e seguir até o mirante, próximo do AT6. Tudo isso se passou dentro de umas 3h30min da minha última refeição no Bar próximo ao PC9 e minha água já havia acabado a cerca de 2 horas. Já estava sem energia para boas tomadas de decisões. O caminho de retorno pra cidade era praticamente descida, mas logo vieram as subidas que consumiu por completo minha energia. Estava lutando internamente pra não desistir da prova, mas ao saber pelo Zé Elias, organizador da Expedição Serra da Canastra Brou Aventura, que passava de carro pra ir a buscar uma dupla mista que solicitou resgate, disse que equipes fortes haviam abandonado, ficou mais difícil me manter na prova. Continuei, pedalando leve nas retas e vagarosamente nas subidas, quando o Zé Elias retornou com a dupla já resgatada. Não pensei muito e abandonei a prova. Já havia conversado com meu dupla Thiago Martins sobre abandonar! Abandonar provas é algo que ainda não havia acontecido, já cheguei muito próximo, mas não abandonei, porém dessa vez minha cabeça não suportou e minhas falhas de planejamento alimentar me levaram a isso. Não tive problemas com hidratação em nenhum momento da prova, nesse quesito a administração foi excelente, mas contei demais com uma navegação assertiva pra chegar nos próximos pontos pra me alimentar, o que não ocorreu algumas vezes. Também percebi a falta de alimentos mais salgados, pois praticamente só levei doces, com alto valor calórico e leve. Levei sal, na qual fui administrando ao longo da prova, levei escova de dentes, e consegui escovar umas 3 vezes, mas o que realmente faltou foram alimentos salgados. Irei fazer uma revisão científica e técnica dos alimentos mais usados em expedições para produzir um conteúdo de valor para nós, corredores de endurance.
equipes juntas para a confraternização Matadentro. Cada uma com sua história de superação
Na noite desse dia, rolou um encontro histórico para corrida de aventura. Um churrasco proporcionado pela equipe Matadentro com muitas equipes, Competition Aroeira, Saci Aksa, Lobo Guará, Teiu Aventura, Ratos do Matadentro, Matadentro Aventura e vários outros atletas, além da ilustre presença do presidente da CBCA, Arnaldo Maciel.
Curtiu essa experiência maluca, sem fingimento e bruta?! Convide seus amigos para próxima e compartilhe com eles essa história pra animá-los e prepará-los! Confira mais fotos da Expedição Serra da Canastra Brou Aventura.
Por Leandro Fredericci
